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Não dizes nada e assisto
A água continua a mover-se
O vento continua a mover-se
A descrença continua a mover-se
Não dizes nada e assim permaneço
O já vivido é uma longínqua prece no pensamento
A terra já revolveu e enlameou o pó
As flores cresceram, encantaram e seguiram caminho
Tudo era ontem, mas não dizes nada
Não tenho mais notícias e recordações
As noites eram apenas por ti e pelo brilho
Agora poderei evitar mesmo o que não tenho
Rodo a forma como andava a esperança
E como no íntimo te julgava amor
Tenho o coração pequeno e o silêncio oblíquo
Sonho-te no poema, mas não dizes nada
José Gomes Ferreira
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