Poesia na Carne

O silêncio escorrega pela luz
E pela névoa acolhida na lonjura
Marcado pela tez intensa
E pelo calor de todos os hemisférios
É também memória dos lugares
Caminhos abertos que os incêndios expuseram
O silêncio é uma frase de amor escrita nas nuvens ligeiras
O arrepio que permite reforçar a crença
É o clímax da saturação do que era saudade
Um beijo caído das nuvens como orvalho
O silêncio retém o tempo e a situação
Faz cair as pinhas e os pinheiros secos
Nele o coração pulsa suave na passada
O silêncio é a gargalhada do reencontro
A parcela cremosa das escolhas
A simbiose de histórias e vantagens
O silêncio é a força da coragem
Sem a melancolia da voz que madruga

José Gomes Ferreira