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Serenidade

por José, em 05.12.23

Já não me arrepio, esteja frio ou calor
Estou incólume às versões exteriores
Fico parado a aguardar o vento
Se sopra forte já não lhe chamo tempestade
Chamou-lhe aragem do costume
Também já não corro, nem limpo as lágrimas
Deixei de amar loucamente e de aguardar pelas expressões do abraço
Agora não finjo escolher
Apenas fico quieto sem pensar nas palavras
Não dou troco ao próprio monólogo
Nem ao volume das canções
Aceito tudo por estar tudo bem
Não por desinteresse ou depressão
Nem por desistência da luta
Agora deixo vencer o hábito
Só não o uso como remédio para tudo
Aceito-o ao aceitar-me fora de padrão
Serenidade não se confunde com conformismo de irritação

José Gomes Ferreira

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publicado às 00:23



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