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As ruas da aldeia são parte do mundo
O mundo de muita gente cabe nas ruas da aldeia
Nas casas acolhem-se velhos e persistentes
O frio conserva a idade e os costumes
As chaminés são como dispositivos de presença
Haverá um dia em que não sobrará lenha para acender
E os mesmos velhos enrolam a alma nos xailes negros
Para se elevarem junto das estrelas que brilham no céu
O relógio da Igreja é como o coração da gente
Nos quintais os galos cantam no enfrentar da madrugada
Nas mesmas ruas vagueiam cães atrás de cadelas com cio
A poesia é feita ao galgar as pedras da calçada
E a observar a Serra sobre o mergulho do horizonte
Nas ruas da aldeia estão as marcas da história
E as recordações que endurecem os olhos de silêncio
José Gomes Ferreira
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