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Algumas peras caem de maduras
Os lagartos e as abelhas circundam as sobras
Os figos são bicados por besouros e pássaros
No terreno fica espetado o caule cortado do milho
Parece um exército alinhado na parada
As formigas correm a arrecadar sementes e esqueletos
Algumas ervas viçosas sobressaem onde mais se acumulou humidade
Os regos rasgados no solo lembram micro dunas de areia branca
Nas margens do silêncio os tralhões catam o restolho
Os aromas são diversificados e arrepiantes
Nos cordões de videiras escondem-se alguns ninhos
Os cachos de uvas tintas abastecem-se de cor
Esperam um mergulho de água fresca antes de serem consumidas
Ao fundo a chora abre um tapete junto a cada oliveira
O Sol que se põe lembra um amor infinito
Fica durante horas a encantar o horizonte
A brisa pede que se acrescente uma peça de roupa
A felicidade das colheitas enche o rosto de brilho e orgulho
José Gomes Ferreira
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