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Esta semana decidi deixar de escrever para um blog colectivo, curiosamente não por me sentir incomodado com quem coordena e a maioria dos autores, mas porque, em partilha nas redes sociais um senhor, que usa o registo partidário local, ter lançado postas de pescada classificatórias sobre os meus pequenos escritos. Não era a primeira vez e isso cansa. Eu por vezes leio as ideias dos colegas, posso até comentar, o que mesmo assim é raro, mas não me ponho com ataques pessoais. Pior de tudo, é que esse tipo de pessoas nem tem ideia fundamentada sobre muitos temas, mas adoram colocar em causa as reflexões alheias, como que a dizer que a sua visão é que está certa.
Sempre tive e sempre terei sentido crítico, faz parte da minha natureza e papel profissional. Não me interessa levar políticos aos ombros. Não tenho qualquer simpatia partidária, embora não me reveja em nenhum dos extremos. Não adianta colarem-me à esquerda ou à direita. Na verdade essa polarização oculta o que deveria ser o verdadeiro debate.
Dando o exemplo do Brasil, que este domingo tem a segunda volta das eleições municipais (ou o segundo turno, como é dito por aqui), a polarização não traz nada de bom a essa eleição. O que se tem visto é que os candidatos estão impreparados, pois a maioria não tem uma proposta para governar, a única coisa vale é acenarem com a bandeira partidária. Entretanto, persistem práticas corruptas de compra de voto da direita à esquerda. Nem falo das sondagens, por lei sondagens fraudulentas são crime, mas, por exemplo, na cidade de Natal as percentagens de intenção de voto variam a favor ou desfavor em face do jornal e empresa de sondagens. Estamos a falar de uma diferença de 10 a 20%. Ou seja, a comunicação social aparece como órgão partidário. Quem pensar que em Portugal é diferente não tem memória dos micro-ondas oferecidos por Valentim Loureiro e outros episódios recentes.
Voltando ao tema inicial, esta ideia de que o caos vai piorar e um partido nos vai salvar é uma grande utopia. Na verdade um dos problemas da democracia representativa está no esgotar do modelo a partir dos partidos, devendo abrir-se o processo eleitoral a outros representantes. Mas tem quem insista que tem todas as soluções e os outros não têm razão. Se tivesse sido uma discordância argumentativa eu teria continuado. O bota-abaixo não me faz desistir, mas não vou com isso esgotar energias.
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