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Viajo ao instante profundo da solidão dos povos
Tem gente na margem do rio sem água
E à beira da estrada sem nunca pisar o alcatrão
Tem gente vizinha da padaria sem nunca provar o pão
E a dormir na mesma cama sem nunca se beijar
Viajo no instante e no motivo
Não levo fortuna, nem a boa nova
Chego de rosto transparente
E vontade em escutar novas lições
Acolher as histórias de vida com eloquência
São os romances reais e concretos
Uma mistura entre o brilho dos olhos, o vivido e o narrado
Não levo nada para retribuir
Apenas o gosto firme da atenção
Ficamos ricos quando escutamos outras trajectórias
A vida não se faz apenas de conceitos e teclados
Tem muita alma que rejuvenesce ao ser ouvida
E muito coração que sonha no acto do relato
José Gomes Ferreira
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