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Os meus pés podem ficar cansados
As minhas pernas tombarem exaustas
Tenho percorrido por aí muitas estradas
As vivências permitem abordar outras pautas
É muito chão para percorrer
Em qualquer região do sertão
No isolamento o povo roga a Deus para o socorrer
Muito tem de aguentar o seu coração
Não muito distante vê-se a flor da craibeira
Caindo com a luz do Sol
O amarelo é a sua cor verdadeira
O solo cru é o seu lençol
Os urubus planam nas margens
Devoram qualquer animal morto
A caatinga é um extenso local de pastagens
Pelo meio vê-se muito gado solto
Por trás do sonho o clima escaldante
Na porta de casa uma rede
A identidade esconde a sua amante
O colorido do horizonte grita que tem sede
O sertão tem montanhas e planuras
Vegetação verde e seca na devida estação
É território de representações e lutas
De muita fé para o povo ganhar o pão
O Nordestino é antes de tudo um resistente
Diz a literatura e a pele torrada
Tem também muito desobediente
Finge que cachaça não passa de limonada
José Gomes Ferreira

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