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O bairro dorme indelével
Escutam-se os movimentos de rotina
O guarda nocturno percorre as ruas
Assinala sempre a sua presença
Buzina constantemente
Uma carroça mostrou-se igualmente na calçada
Não parou no cruzamento para escolher os resíduos
Mas seria um catador à procura de material reciclável
Subitamente a rotina das noites longas é interrompida
A própria insónia é interrompida na dúvida dos acontecimentos
Um pouco distante parecem escutar-se motos e carros em perseguição
Durante 15 minutos sobressai o disparo de uma metralhadora
Umas vezes aproximado, outras afastado
Parece o rugido das estrelas sem confirmação
José Gomes Ferreira
* Só mesmo alguma notícia na comunicação social ou algum comentário dos vizinhos confirmam os ruídos desta noite. Mas dá ideia de ter sido uma perseguição da polícia. O disparo em rajada não seria de uma arma ligeira, mas de algo mais pesado, talvez de alguma força especial da polícia militar. Não consigo calcular a distância, mas terá sido a cerca de 1km, em certos momentos parecia mais próximo. O bairro é de classe média, em geral é bastante tranquilo, mas é atravessado por uma importante via, que o separa de outros bairros e que, aliás, é uma das maiores estradas do Brasil, a BR101. Curiosamente, antes de dormir trocava mensagens sobre o facto da insegurança ser uma marca da cidade de Natal. De qualquer modo, se foi uma operação da polícia não acontece só aqui. Morei em Queluz, em várias freguesias da Amadora e em Lisboa, onde não é novidade. Só a escala, frequência e perigosidade aqui são outras.
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