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Guardo muitas memórias da minha aldeia
Onde ainda hoje corre água como melodia
Nos trancos e barrancos que cada ribeiro serpenteia
A enchente lembra uma orquestra de fantasia
Nem toda a água vai para o mar
Enche os lameiros verdes de ternura
A natureza é para se respeitar
Cabe-nos observar a sua beleza e doçura
Outrora havia muito pão de semeadura
Em cada uma das parcelas divididas
Não se pode ignorar como a vida era dura
Nem a história das sardinhas repartidas
Ainda assim sobra a nostalgia
E a lembrança dos dias em comunidade
Entre o povo não havia cá fidalguia
A pobreza não ofuscava a dignidade
Era bom ver os campos cultivados
E o pinhal repleto de riqueza
Só que nem todos eram afortunados
E o futuro não rima com incerteza
José Gomes Ferreira
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