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Não deu o salto, mas fez-se emigrante
Maria era contrabandista nas ideias
De madrugada era operária
À noite era mulher e mãe
Maria era saudade e ternura
Sangue nas veias e coragem
Maria era viúva e distante
Lágrimas de terra e crença
Peça de fábrica e roupa para dobrar
Maria era suor e persistência
Carro de mão e dias sem parar
Assim se fez o seu génio
Agora quer apenas ser feliz
Maria envelheceu para viver de novo
Soltou o ventre das inquietações
Maria quer apenas que lhe falem das amigas
E como correm os dias no parapeito da aldeia
José Gomes Ferreira
* a minha mãe
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