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Passei a semana em Fortaleza em actividade na Universidade Federal do Ceará, sobrepondo-se outras actividades das muitas em que me envolvo. Por essa razão adiei o regresso, que tinha previsto por Natal, onde ficaria o fim de semana e depois viajaria para Campina Grande. Este sempre teve muitas maratonas, essa foi uma delas, daí que tivesse optado por ficar. Acabou por ser uma viagem cara, a diária não deu para pagar o hotel, a que se adiciona o transporte e a alimentação. Preciso ponderar estas participações, foi óptimo para o currículo, mas o currículo não paga as contas.
Fiquei hospedado num hotel mediano em Iracema, não muito distante da praia, por onde passei em 3/4 momentos, ontem sobretudo para fazer tempo e aproveitar a brisa marítima, sem esquecer a água de coco. Tenho algumas amizades na cidade, mas não contactei ninguém, estava com outros amigos e não seria fácil desdobrar-me. Também não gosto muito de incomodar.
Sabia que a opção da viagem direta para Campina Grande ia ser cansativa, procurei mentalizar-me. Foram muitas horas, mas foi uma viagem tranquila. O autocarro é muito confortável e não tive o azar de apanhar com ninguém barulhento. Na verdade ao meu lado não se sentou ninguém, foi dos poucos lugares vagos. Dá para dormir, eu é que durmo mal até na cama. Mas dormi em alguns momentos.
De autocarro nunca fiz uma viagem tão longa. Olhando para o mapa do Brasil parece que não me mexi. Marcando no Google Maps as principais cidades deu mais de 1200kms, a que se adiciona a entrada nas cidades para deixar ou trazer pessoas nos terminais rodoviários. Na prática atravessei para Oeste o estado do Ceará através da BR116, depois desci para a Paraíba, entrando na cidade de Cajazeiras, para mudar para a BR230, que atravessa a Paraíba. A BR 230 é também conhecida por Transamazónica, ao iniciar na cidade de Cabedelo, junto a João Pessoa, e terminar na Amazónia. Conhecia o percurso da cidade de Sousa (a seguir a Cajazeiras) até ao litoral. Este ano viajei duas vezes para o Alto Oeste do Rio Grande do Norte, com ida e volta, por esse percurso. E toda a semana viajo de Campina Grande para Natal na parte leste desta estrada. BR é uma estrada nacional, é uma espécie de IP que nas cidades se transforma em estrada nacional.
Tem muita pobreza no Brasil, mas este é o país dos maiores contrastes. Poderia falar dos apartamentos de milhões na praia de Iracema e das casas piores que taipa bem próximas. O próprio autocarros são de alta qualidade e pontuais. Conheço uns milhares de quilómetros, mas cada vez sinto vontade de conhecer mais. Mesmo o Nordeste que dizem homogéneo e pobre, não é nem assim, a começar pela língua são muitas as diferenças.
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