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O frio atravessa as frestas das ideias
E deixa o sangue colado às paredes
Mexo-me e remexo-me nas latitudes
Fricciono as moléculas nos altares
Procuro a convergência com o conforto
Não tem interlocutores suficientes
Apesar dos alertas e emergências
O corpo não vive mais o hábito das estações
Por isso treme no arrepio da nortada
Escuta os dentes a bater e o coração surpreso
A saudade imaginava a penitência
Porém, o valor do reencontro sobrepunha-se
O anteriormente vivido é passado
O que conta é a materialidade térmica da vontade
E o disfarce com o aconchego dos tecidos
Durante o dia mostro-me às vertigens da luz
Pela noite recolho-me de olhar escondido
Meto a cabeça entre juízos
O vento deixa as mãos ásperas e sem certezas
Os dias breves encaram a penitência da espera
Não tem ambição na necessidade de sossego
José Gomes Ferreira
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