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O vento sopra áspero no pinhal
As crutas abanam como bandeiras
Sacodem o pó e o medo
Abrem o tronco à luz
Manso é apenas o cavalheirismo
Empurra o tempo para a história
Na vontade de fazer e acontecer
Seguindo as ondulações da memória
Alegra-me o céu incógnito
Na sua excessiva vontade do destino
E em todo sacudir de fragrâncias
Tem muitas paisagens que não se repetem
Foram levadas pelos incêndios e descuido
Dou-me ao trabalho de vigiar a mata
Percorro-o com a imaginação da distância
Escuto o estalar dos ramos e o cair das pinhas
Lembro a sombra e o barulho dos tractores
Insisto na resina dos púcaros
Os caminhos estão livres para passagem
Esconde-se uma nascente num lameiro
Contemplo também as margens do rio lá ao fundo
José Gomes Ferreira
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