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Histórias de Verão

por José, em 28.07.23

No Verão ia à fonte de madrugada
Ficava em casa uma manhã por semana
Precisava da paciência sublime das andorinhas
Tinha para encher os cântaros de água para beber
E um pequeno tanque com água para a lida da casa
Em plena estiagem a torneira corria como um fio
Poderia levar vários minutos a encher as vasilhas
Para o tanque não precisava ser da fonte
Tirava água da vala da rua com o mesmo nome
Na época estava limpa e era concorrida
Por vezes ia buscar água a um poço
Uma tia-avó reservava nele água para as emergências
Aproveitava para lhe dar uma ajuda
Na época a rede pública não chegava à aldeia
Eram as nascentes que abasteciam a comunidade
Para a roupa existem duas nascentes com fonte e tanque público
Muitas vezes usávamos o tanque de uma outra tia-avó
Os banhos aconteciam nesse tanque
Em casa uma pequena bacia de alumínio servia de lavatório
Qualquer banho improvisado era de balde
Nas fazendas bebíamos água dos poços
Quando era deitada muitas vezes o risco para a saúde era menor
Assim éramos convencidos da pureza da água bebida em púcaro de barro

José Gomes Ferreira

* É mais uma crónica que um poema.

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publicado às 23:45



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