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Grito no silêncio e omito sons
Não quero que retratem a minha loucura
Nem que chamem desespero à liberdade
Sem esquecer a apologia ao respeito pelo próximo
Grito na mata e a natureza responde
A minha voz mostra os pássaros a esvoaçar
Liberta ruídos deixados por outros animais
Árvores e plantas também se manifestam
Cai um ramo de pinheiro e uma pinha
O vento reage igualmente
Sacode a luz e os movimentos da paisagem
Na natureza sou livre e esta é reactiva
Na cidade pedem-nos moderação e bons modos
Na cidade escutam a nossa vida
Os passos que não imaginamos dar
Porém, largam-nos aos perigos da solidão e desespero
Na cidade dormem os indigentes sem conhecerem o céu estrelado
Procuram aconchego, mas cospem-lhe na cama
Quem grita na rua é policia ou é fanático
Possuído por deuses ou substâncias proibidas
José Gomes Ferreira
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