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A aldeia é cortada pelo vento que sopra da Serra
O relógio da Igreja dá as horas com um laço
O som arrasta-se entre chaminés e some
Sente-se o arrepio até nos ossos imaginados
Nem os gatos vão à missa
O povo fica a bater o dente
O frio chega também aos campos
A camada de geada tem gosto a coração
Quem se atreve vareja a azeitona das oliveiras
Os românticos espreitam a nostalgia da água a correr nos ribeiros
A porta range e o fogão deita fumo
O melhor agasalho é entre paredes
Outrora juntava-se água quente e aguardente para aliviar a tormenta
Não havia tantos medos e tempo para gastar preocupações
Também não havia conforto, a resistência era a fé do povo
Glória amarga a de quem enfrenta privações
José Gomes Ferreira
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