Poesia na Carne

No deslocamento para o ser recomeçar
Que vai melhor no amor recíproco
De todas as obras e acções que o povo diz
Andei por meio das matas e lameiros
Cheguei onde tem gente e natureza
Ainda escuto a água nas ribeiras
E os ramos das árvores a estalar
Paro nas noites longas com o frio
Lembro a mesa farta de ser
E a natureza com muitas respostas
Já não carrego uvas para o lagar
Também já não apanho figos para secar
Guardo apenas a fantasia de cada instante
Organizo nas ideias a moldura de cada lugar
Das novidades que o povo procura
Não tenho nada a revelar
Apenas que em tudo sempre Lutei
Dos fracassos não tenho explicação

José Gomes Ferreira