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Caminhei descalço na água corrente
Com as folhas do milho a verdejar o corpo
E os pequenos godos a separarem os pés da terra molhada
Corria feliz a repor os regos e os trechos
Torneado pela luz que dissipava o orvalho
Tinha os ouvidos fixos no motor e na voz
Escutava a transição entre o cheio e o vazio
Entre a necessidade de mudar de poço e desviar a água
Observava os ninhos de pássaros entre as oliveiras e videiras
Não tinha nada que me escapava no silêncio da juventude
Incluindo a saudade dos parentes distantes
E o apito do comboio no aproximar do meio dia
Riam-se da minha pertinência para colaborar
Como se o trabalho fosse desonra e ingratidão
Respondia com o sorriso das montanhas e o espelho do horizonte
Sempre deixei em mim um lugar para o coração não se esquecer
E o gosto pela compreensão de cada contributo
José Gomes Ferreira
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