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Tinha uma velhinha quando nasci
De cabelo branco exposto
Sem receio dos comentários
De ossos frágeis e corpo em arco
Era tão velhinha que era livre
Dormia na casa de uma das filhas
Durante o dia visitava as outras duas filhas
Moravam praticamente na mesma rua
Tinha as pernas rijas no andar
Era dura de ouvido na escuta
Representava a velhice singela e doce
A sua presença era venerada
Trazia beleza no rosto e no caminho da vida
Era para nós, bisnetos, a "avozinha"
A mostra suprema do respeito e admiração
Para a comunidade era a tia Maria Saraiva
Uma das ancestrais citadas
Nunca desistiu do seu ir e vir
Mesmo após completar os 90 e muitos anos
Gostava de seguir sozinha, teimava que não precisava de ajuda
Acompanhei-a algumas vezes na sua delicadeza
Guardo em mim toda a paz que transmitiu
José Gomes Ferreira
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