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Perdi um amigo para o cancro

por José, em 30.08.25

Recebi esta manhã a notícia da perda de um amigo. Infelizmente era previsível, mas não deixou de me tocar profundamente. Não era um amigo de todos os dias, mas era um amigo de longa data por quem nutria grande afecto e consideração, que acredito serem mútuos. Além de ser uma pessoa especial no cuidado com os outros, sempre disposto a ajudar, do qual nunca se ouviu uma voz alta ou palavras ofensivas. Tem quem diga que era certinho de mais, sempre o defendi, em particular no extremo cuidado com o qual cuidou da mãe nos últimos anos de vida. Na vinda para o Brasil só o via esporadicamente, antes disso era frequente passar na casa dele para ver como estava ou pedir-lhe ajuda com a bicicleta. Nunca lhe conheci maldade ou presunção.
Soube recentemente da doença que o atacou. Não consegui uma última visita na minha ida a Portugal, até pelo fato de ser internado para enfrentar o agravamento da doença. Quando alguém da nossa criação parte é parte de nós que também vai. Para mais alguém que cuidava da saúde, com desporto, alimentação e todo cuidado. Temos muitos amigos em comum e que concordo com o que digo.
Esta é das perdas que nos faz reflectir sobre o significado da vida, sobretudo da corrida e da disputa. É tudo um sopro, de tão efêmero que rapidamente somos pó devolvidos ao pó da terra. Sei da corrida e da intensidade dos meus dias, também eu me questiono. Hoje não tenho respostas, é um dia para aceitar esta partida prematura, mas que não deixa de ser um sinal para análise. Segue em paz amigo.

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publicado às 22:09

Poema oração

por José, em 29.08.25

Um poema é uma oração escrita
Mesmo que os crentes a dirijam aos seus deuses
Não é necessariamente uma súplica
Um pedido para encaminhamento pessoal
Expressão de um sentimento idealizado
É a vontade lícita de colorir o mundo
Tanto de enfatizar a devolução no futuro
E na validade consagrada no sentimento e na razão
Como de insurgência na constatação de um aparato sem destino
Não admira que afague e assuste a alma
Seja equilíbrio e devaneio no propósito
Pois tanto expressa amor e consciência como revolta
A poesia é um manifesto por um mundo melhor
Mesmo que a Humanidade já não se supere
Perdida no sentido singular da vida isolada

José Gomes Ferreira

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publicado às 19:36

O que é realmente felicidade

por José, em 29.08.25

A vida é uma corrida incessante
Talvez pelo sopro e ascensão
Não vivemos apenas os seus ciclos
Queremos representar o sucesso
Dando nas vistas ou obtendo conquistas
Não somos educados para o efêmero que representa
Mas empurrados para a competição
Dizem ser o nosso instinto
Tal o próprio instinto dos animais
A diferença é que como humanos escrevemos a história
Dominamos para além da condição da espécie
Existir deveria ser viver em paz consigo e respeitar o outro
Em empatia para além dos sujeitos
Capaz de envolver todos os seres e formas
Pretensão que é incompatível com a voracidade e espírito de dominação
A sapiência e a solidariedade têm sido derrotadas pelo controle e pela posse
Precisamos de um ser humano realmente humano
E não este piscar de fronteiras que transgride
E se atrapalha a definir o que é realmente felicidade

José Gomes Ferreira

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publicado às 11:20

Quebrar em caso de emergência

por José, em 29.08.25

Certas situações humanas necessitam de um botão de pânico
Tal a violência que enfrenta um ou mais intervenientes
Infelizmente por vezes é demasiado tarde
É insuficiente ter um dispositivo que acode aos acontecimentos
Nos transportes públicos surgem avisos de como reagir
Ostentam a célebre frase "quebrar em caso de emergência"
Falta um botão desses para o planeta
Está em pânico e sem saída
Mas não pode usar o botão de pânico
Não se pode auto-defender
E também não tem uma saída de emergência
Só a nossa participação evita chegar a situações de alarme
E no caso limite cabe-nos a responder à emergência
O problema está nos diferentes entendimentos de crise ambiental
Tem quem procure oportunidades mesmo puxando o sinal de alarme
E tem quem a escolha não assumir a sua responsabilidade

José Gomes Ferreira

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publicado às 02:27

Sonhos clandestinos

por José, em 28.08.25

Os sonhos batem nas pálpebras
Como desejo adormecido nas fivelas
Batem e rebatem com força
Exibem uma sonoridade de insistência
Mostram veículos lunares em movimento
E aventais ainda presos à cintura
Refugiados e clandestinos em sacrifício
A eles se associam os pensamentos e a imaginação
Mostram-se plurais no afecto dos mirones
São sempre leais nas observações
Não se admite ser pecador, é sempre o outro
Quem se posiciona por ter corpo e voz
E cair recôndito no aroma a pessegueiro
Batem as pálpebras e as ilusões
Os orgasmos de fantasia ocre
Tudo o que é ilusão e aceitamos
Os acontecimentos são mais que instinto
Criam mapas mentais da passagem da vida

José Gomes Ferreira

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publicado às 03:31

Definições

por José, em 28.08.25

Tem rolés de camadas
Tem amores de paixão
Sem esquecer as entradas
E as saideiras reforçando a ligação

Tem de tudo não apenas inteiro
Podemos sempre parcelar
Não será sonho de vaqueiro
Talvez seja segredo por revelar

Não me importa o sexo dos anjos
Menos a sexualidade alheia
Não subsidio esses arranjos
Defino a escolha que me norteia

Não tem com isto repulsa
Nem rejeição por conteúdo
Não quero uma opção avulsa
Nem fingir que gosto do Entrudo

Não me assustem por ser hetero
Não vejo problema nisso
Não sou de abdicar do que quero
Não levem da moral para o compromisso

José Gomes Ferreira

* rolé - o mesmo que dar um giro

Saideira - na confraternização é o último pedido. 

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publicado às 03:02

Interditos

por José, em 27.08.25

Tenho hiatos selectivos na narrativa
Focos e desfocos da memória
Ponderações sobre o que é interdito revelar
Decisões sobre a manutenção do feixe de intimidade
Cortes com o abismo e recurso à inspiração
Questões que me recuso reivindicar
Pensamentos que desvalorizo
Não se trata de esconder nada ao tempo
Nem de aconchegar o coração
Apenas de ajustar os azimutes áquilo que faz bem
Trago em mim a diversidade
Ainda assim não gosto de sair da luz
Não que me acomode ou inverta as provas
Apenas dou mais valor à racionalidade sentimental
À capacidade de ter os pés na terra e a emoção em viagem

José Gomes Ferreira

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publicado às 01:34

Palavras sobre música

por José, em 27.08.25

Amor até quando é por Deus a vida
Muita volta dá o coração
No enfrentar da realidade
Em que ambos nos encontramos
Haverá sempre questões
Dúvidas sobre as voltas e os dias
Nunca saberemos até quando resistir
Não podemos nunca deixar de lutar

Sentimos a crença e o delírio
Procurando aceitar e compreender
As vicissitudes da alma e do tempo
O que por vezes é falso querer
Sentimento que não chega a ser de verdade
Numa estranha vontade do universo
Que não partilha o sabor das partes
Em carinho que não tem consolo
Gosto do cerimonial de dominar e amanhecer

Deixa que critiquem a desolação
E a pressa em que se pague a conta
Por não se escutar todas as interpretações
Em virtude de um específico querer
Da pressa da paixão e das lágrimas que chegam a suplicar solidão
Continuaremos a ignorar as vozes
E deixar o destino entregue à sua sorte

José Gomes Ferreira

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publicado às 01:17

Direito de reserva

por José, em 26.08.25

Não tem sucesso que elimine a saudade
Nem luta que faça ocultar os laços mais fortes
Não tem felicidade sem sacrifícios
Podem dizer coisas e loisas
Pode sempre haver direito de reserva
Tem palavras próprias que saltam as ideologias e as narrativas
Deambulam para além do Sol e da peneira
Como se qualquer palco fosse um miradouro
Mesmo assim aparentar apenas Ilude
Apenas confere o cabimento inicial
Uma vista deslumbrante sobre o horizonte
É gigante a humildade dos opositores
Na justificação do insucesso do perdão
Apesar das tentativas e da paz para alcançar
Nunca andamos sozinhos na expectativa

José Gomes Ferreira

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publicado às 02:54

Chave da consciência

por José, em 26.08.25

O amor é o único que sobra entre as virtudes
Ainda assim pode ser desproporcional
Quando não totalmente omisso
Acantonado no ego dos agentes
Assim como para satisfação do desejo
Mantém-se como a grande utopia de concretização
Mesmo que não se expanda para além da vontade platônica
Tudo mais sucumbiu à pragmática do dinheiro
E à quebra abrupta do dogmatismo
A religião é cada vez mais uma arma política
Um dispositivo de comando e controle
Descarado na obediência leiga
Pelo que resta o elogio do amor e a crença ponderada na ciência
A poesia é também a chave para a consciência
O devaneio capaz de nos manter equilibrados
E capazes de colocar em causa os vários caminhos

José Gomes Ferreira

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publicado às 02:28

Linha do horizonte

por José, em 25.08.25

Da minha aldeia alcanço o mundo
E ainda posso ver os arredores
Tamanha é a linha do horizonte
A possibilidade da visão alcançar o infinito
E a imaginação se deleitar na perspectiva
Da minha aldeia alcanço todos os quadrantes
É o único lugar que me leva a observar o universo
E a tatuar no presente o passado

José Gomes Ferreira

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publicado às 02:12

O meu trajecto é conhecido

por José, em 25.08.25

Não sei caminhar na ponta dos pés
Não deixaria a minha marca
E logo afundaria na descrença
Posso ter um caminhar discreto
Suave como a brisa de Agosto
Ainda assim não oculto a minha presença
Não sou rajada para ser notado
Ainda assim afirmo-me presente por onde passo e intervenho
Não sou o Sol que queima e é capaz de ofuscar
Tenho luz e brilho suficiente para valer a pena
E palavras e actos que acompanham a paixão das vivências
Prefiro ser água fresca da nascente que virar mar
Gosto de ser consciência que amanhece sem procurar domínio
Se contarem comigo já valeu a pena ter aparecido
Se o meu silêncio for notado significa que brilho fora de horas
E o caminho que sigo não é, afinal, solitário
Tudo tem um propósito maior quando acreditamos
E abrimos o peito nas considerações sobre o trajecto
Tudo mais é pedra distante
Dificuldades que toda a vida tem
Sonhos de amor e conversas nocturnas
Paisagens sonoras e a maresia da praia
Memórias cordiais a partir da nossa própria história
E do contacto com olhares imersivos e cativantes

José Gomes Ferreira

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publicado às 01:21

A proliferação dos chamados cafés operou outra Revolução
Não foi apenas a Revolução dos Cravos, essa ocorrida no dia 25 de Abril de 1974
O impacto do surgimento de cafés em cada esquina democratizou o acesso
Homens e mulheres passam a frequentar os estabelecimentos sem distinção de género
Antes disso o lugar da mulher era na Igreja e o do homem na taberna
O café com formato de bar passou a acolher também a juventude
Havia até essa década uma clara restrição dos espaços por classe e idade
O Recanto e o café Primavera eram selectivos
Não precisavam ostentar a placa "reservado o direito de admissão"
Advertiamos de imediato os mais incautos com um "epah isso não é para ti"
A generalização do café, a bebida, teve um importante contributo
Os novos ares democráticos e o regresso dos retornados fizeram o resto
Hoje não tem quem passe sem o seu cafezinho, independentemente de qualquer classificação social

José Gomes Ferreira

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publicado às 20:15

Sinais

por José, em 24.08.25

O pensamento crítico chegou às proibições
No estranho percurso humano, querem-nos calar
Andam vozes a fazer crer que têm a receita
E a nossa opinião não passa de terra batida
Aparecem com slogans estereotipados
Vozes tantas vezes brejeiras que escapam à fundamentação
E que entram na propaganda como receita para bolo
São perigosas e previsíveis, são um sinal
Não podemos aceitar que dominem o pensamento
Nem que desacreditem a defesa da diversidade
A violência verbal e física não são admissíveis
Discordar faz parte dos protocolos democráticos
A ofensa e o litígio não podem ser aceites
Resvalam para a opacidade supremacista
É certo que alguns problemas se agravam
A complexidade contemporânea tem brechas, só não apresenta soluções
A transformação exige informação e cooperação
Não se coaduna com repetições que navegam ao largo

José Gomes Ferreira

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publicado às 00:20

Nunca é tarde

por José, em 23.08.25

Drama é a fome em Gaza
Toda a podridão seletiva do capital
O incentivo à guerra e ao ódio
A opção selvática pelo aniquilamento
O que tenho vivido faz parte do meu caminho
Não chega a ser um grão de areia na engrenagem
Além disso procuro dignificar a criação
E nunca cedo a minha presença
Escuto as memórias sem direcção
No que o tempo deixa questionar
Nos braços o pó dos tempos
Na paz o amor solto no coração
Que tantas vezes é silêncio
Encanto metabólico pela solidão
Ainda assim os lábios sentem
E os olhos seguem em observação
Sem esquecer as palavras escolhidas
As próprias narrativas que ignoram a paixão
Todos temos momentos que exigem superação
Quando queremos sair da letargia a luta é constante
Não dá para imaginar dizer adeus ao futuro
Aceitar resignado permanecer no campo de milho

José Gomes Ferreira

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publicado às 23:21

Foi em Agosto

por José, em 23.08.25

O meu pensamento desiste
Sobre qualquer regresso que aproxime
O que se revelou aconteceu, não tem mais lugar
Foi em Agosto que te reencontrei
Acreditando que o amor seria forte
Apesar de distante, seria indicação
De tão válido, lindo e inspirador
A paixão pura vem com a observação das estrelas
A miragem é gerada na ordem da beleza
Também é possível que a distração seja catarse
E tudo se faça sem questionar a reciprocidade
Naquele instante escutei o coração
É tão fácil de se encantar quando encontra luz
Em nada vê complicação, nem pensa no que a seguir vem
Quando é tudo o que se sonhou é fácil mergulhar
Foi em Agosto que despertei
Mesmo sabendo que não teria consequências
Ainda assim não tive medo, nem vacilei
Se houve lágrimas nunca foram de arrependimento
Nem da angústia dos próprios acontecimentos
Andava arredado da vida e foi um beliscão
Mostrou também em quem confiar e quando
A existência é isso, um desmesurado impulso de certeza
Foi em Agosto que me retratei
E deixei-me encher de possibilidades e espaços

José Gomes Ferreira

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publicado às 01:32

Amor de mercado

por José, em 21.08.25

O amor não é uma condição absoluta
Também não se deveria confundir com dinheiro
Na orla visita a maresia de mão dada
No instante brilha ao ponto de cativar
É belo quando se solta de pergaminhos
Mas é muito dependente da carestia e do esforço de vida
Sopram-lhe ao ouvido que o homem deve ser provedor
Fica calado para não dissertar sobre o coração
Lembra de lágrimas que chegaram aos olhos
Algumas de felicidade, de reencontro
Outras de tristeza, por perda ou desligamento
Esse mesmo amor escapa-me nos padrões
Cacarejo se for preciso com o entendimento
A formalização das relações pode ser um borboto
Tanto o rebento catártico das videiras
Como as pequenas bolas de pêlos dos exemplos
Não é essa escapadela que observo desde a infância
Mesmo que aí a reprimenda social fosse forte
Ainda assim sem perder a sedução e sem a vênia à troca do desejo por status
Este amor exibe o património que não tem
Vende-se por um orgasmo monetário

José Gomes Ferreira

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publicado às 23:46

Discordar com argumento

por José, em 21.08.25

Dialogo com quem discordo
Sou incapaz de manter uma conversa com quem não se pronuncia
O mesmo sucede com quem reproduz a mimética da ignorância
E é incapaz de dialogar em sensatez
O problema não é a diferença de argumentos
Que podem gerar atrito ou silêncio
Não existe comunicação se não existir posicionamento
Vivemos tempos de mera repetição
E da escolha de palavras usadas como propaganda
Perante esses factos fica difícil qualquer diálogo construtivo
Outrora os debates eram acalorados e divididos
Mas os sujeitos não se ficavam por uma escolha de alguém
Tinham voz e expressão própria
O problema não é o esgotar a concordância
É o insalubre movimento sem conteúdo

José Gomes Ferreira

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publicado às 09:30

Sentido da luta

por José, em 20.08.25

Não luto apenas pela necessidade
Poderia optar por plantar batatas
E aceder à rotina de uma profissão
Ainda assim a necessidade não deixa de ser definidora
Só que a luta tem outros eixos centrais
Sem todo o prazer em conhecer e fazer ficaria quieto
Não concebo a ideia de felicidade sem método e sem caminho
Sem busca de resultados, mais articulações e questões
Parte do incentivo é motivado pelo engrandecimento dos laços
A dignificação da memória do meu pai e dos meus avós manifesta a força da saudade
Onde quer que estejam convenço-me do seu orgulho em mim
A minha mãe talvez não se dê conta dos significados
E não tenha por hábito expressar emoções
O beirão sempre foi muito recatado nos afectos de primeira linha
Ainda assim sei o quanto faz chegar esse orgulho no diálogo exterior
Esses são motivos simbólicos e sentimentos que reforçam o sentido da trajectória
A importância de saber de onde vim e quem fez de mim quem sou como pessoa
Não menos importante é a presença de quem está sempre comigo
Quem me destaca, estimula e reforça as oportunidades

José Gomes Ferreira

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publicado às 05:30

Memórias de Agosto

por José, em 19.08.25

Agosto sempre foi o mês das promessas
Dos amores e das festas na aldeia
Nunca faltou o abraço de reencontro
Nem as conversas pelas horas saturadas de calor
Sempre foi o mês das madrugadas e das sestas
De um silêncio alterado pelo sonoro cantar das cigarras
E pelo levitar da própria luz intensa
Na mata as pinhas e os ramos quebrados orquestravam a posse
O jeito impulsivo de mostrar a fartura de lenha e alimento
O horizonte parecia que se alargava
No azul que resplandecia sem dúvidas
E na brisa solicitada na pressa ofegante
Ao redor das eiras os pássaros debicavam cada grão
O milho seco dos lameiros entrava ali num novo estágio antes de ser pão
Ao redor da aldeia retomavam-se algumas romarias
Começavam aí as despedidas da estação
Uma trovoada ou outra deixava os cachos em cuidado
O vento sacudia a chora florida das oliveiras
O mês de Agosto sempre foi como um prego no chão
O agarrar às actividades agrícolas com promessa de boas colheitas
Numa presença nas aldeias de muitos dos seus descendentes

José Gomes Ferreira

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publicado às 11:10

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