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Enfrentar o futuro

por José, em 31.10.24

O corpo torrado
Com ideias fartas
O poema soletrado
De sílabas abertas

O ego em êxtase
E a extinção a acontecer
A tragédia da metástase
Cada um faz o que lhe apetecer

Anda o Sol forte
E não é apenas da estação
O clima traz morte
Sem haver responsabilização

Parece tudo alheio
A quem quer lucrar
Precisamos escolher um meio
Que nos leve a parar

José Gomes Ferreira

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publicado às 09:14

Apanhados do clima

por José, em 30.10.24

Na proporcional irritação
Sobre o que às pressas se argumenta
Para manter o clima em negação
E na lábia assumir nova ferramenta

Estranho tanto replicar
E o carácter antagónico da rejeição
Serão narrativas para implicar
Mesmo que indefinida a posição

Dizem que o Homem não foi à Lua
E as mudanças climáticas são mentira
Mas tanta fraqueza satura
E toda essa propaganda pira

Haarp anda nos corredores da conspiração
Com tanta gente iletrada munida de sabedoria
Talvez falta na Humanidade coração
E se destaque cada nova distopia

Precisamos de cura para a ignorância
E para a concentração de enganos
Nenhum Deus dará importância
Se a fé não superar a imagem dos danos

José Gomes Ferreira

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publicado às 13:08

Heterogéneos

por José, em 30.10.24

Tem gente de braços abertos
E coração feliz
Tem gente com os versos certos
Tem também muito aprendiz

O que importa não é comparar
Nem gerar disputa
Tem muita gente cabeça no ar
E quem foque na sua luta

A felicidade não é um amor na estrada
Nem uma moeda perdida
Ser feliz não acontece do nada
Parte sobretudo do sentido da vida

Tem gente que mergulha no ser
E se destaca na liderança
Tem quem se comporte para inglês ver
E ainda espere gerar confiança

José Gomes Ferreira

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publicado às 02:32

Eternização

por José, em 30.10.24

Memórias são como enxertias
Nódulos ou fracções agarradas em nós
Saberes antigos para árvores novas
Formações consolidadas que geram novas vidas
Atracções que produzem novos frutos
Gestos e folhas replicadas e melhoradas
Assim somos nós nos vínculos afectivos
Nas raízes e troncos deixados pelos antepassados
Na nossa própria perpetuação
Assim como na polinização por proximidade
E nas histórias reproduzidas com a voz de quem conta
Somos a carga de muitas vidas
Forma e consciência da civilização
Carrego que segue viagem
Mensagem lida e de novo colocada na garrafa

José Gomes Ferreira

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publicado às 01:26

Solidão por espectro

por José, em 30.10.24

A linguagem do silêncio nem sempre nos acolhe
Por isso divergimos e trocamos de par
Temos medo da solidão
Talvez para não se tropeçar nos próprios actos
No enfrentar do destino que nos provoca
E na incerteza da solidariedade
É preciso coragem para simular reciprocidade
Encarar a parede e as noites longas de inverno
E disputar os desafios sem hesitar
Essa é a solidão dos irrequietos
Receiam a doença e a fraqueza
Tem também a solidão de espectro justificado
Confundida com a ausência do cuidado e interajuda
E tem a solidão da liberdade que pestaneja
A paz gravitacional dos sonhos e da luta

José Gomes Ferreira

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publicado às 00:15

Auto-retrato

por José, em 29.10.24

Quem é esse menino tímido
Que com o crescer se fez homem
De quem é esse pensamento franzido
Nos anos que dele não somem

Quem é esse rapaz que foi à luta
E segue o encanto da vida
Não tendo certeza absoluta
Quem será essa alma resolvida

De rosto penitente e olhar claro
Quem será esse estrangeiro
Com esse aspecto raro
E alegria de ser passageiro

Quem será esse magano
Que leva os dias penitente
Não tem medo de lençol de pano
Também não bebe aguardente

José Gomes Ferreira

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publicado às 01:35

Histórias da minha mesada

por José, em 29.10.24

Apesar de lá por casa nunca tenha abonado dinheiro agradeço aos meus avós e à minha mãe, ainda que inicialmente distante, a forma como me criaram e educaram. É certo que quando criança tive alguns problemas de saúde, o que redondou numa espécie de estigma que me favoreceu. Eu era fraco para a agricultura e para as obras, depois, felizmente, cresci saudável. Ainda assim nos meus 12 anos fui operado a uma apendicite aguda que poderia ter sido fatal. Esse ano não foi fácil, em Fevereiro, 3 dias depois do meu aniversário morreu o meu pai, e em Setembro (não lembro exatamente, mas foi antes do início das aulas), após ajudar nas obras lá em casa vou para o hospital de urgência. Essa era apenas a primeira etapa. No regresso, quando tudo parecia evoluir bem, uma das noites acordo com a "cicatriz" completamente aberta. Dela saiu pus, podridão e restos de gaze que tinha sido esquecida em mim. Enfim, não foi fácil, mas recuperei gradualmente.
Nessa juventude de que falo, apesar da vida simples da família, na época, como estudava recebia um pequeno valor de abono de família nacional e um pouco mais de França, onde a minha mãe trabalhava. Não lembro com qual ficava, mas por decisão familiar ficava com um dos abonos, tinha uma verdadeira mesada. Obviamente que não tem almoços grátis. É verdade que dava umas voltas na região à boleia, comprava alguns discos e livros e outras coisas, mas também "dava o corpo ao manifesto". Quem me conhece sabe que sempre trabalhei no campo. Tomava conta da burra, rachava lenha, tomava conta do motor de rega, arrancava batatas, fazia tudo. Poderia dar uma voltinha, mas no Verão se fosse necessário às 5 horas da manhã já estava numa das fazendas.
Esse dinheiro e um pouco que ganhava a ajudar as minhas tias permitiram "construir o meu universo". Passei depois a morar sozinho na casa que a minha mãe reconstruiu, na prática praticamente apenas morava lá e jogava por vezes às cartas com os amigos. Eram outros tempos, os nossos pensamentos eram mais puros, mas ninguém era santo. Adquiri ainda mais o gosto pelo silêncio, pelo som que vinha para além da rádio, pelas leituras e contemplação. Não eram apenas os valores, eram também conquistas. O facto de ser homem facilitou. Eu por vezes tinha o jeito de "refilão", mas com o crescimento fui ficando mais moderado. Em consequência, nunca me foi rejeitada nenhuma opção, desde que razoável. Lembro que era assinante das Selecções do Rider's Digest, agora seria leitura de taberna, mas entre outras publicações tudo ajudou no crescimento. Fui também fiel leitor do Blitz. Esse pequeno valor da mesada foi fundamental no meu crescimento. Paralelamente, o facto dos meus avós e mãe quererem o melhor para mim tudo foi um incentivo. Sem esquecer os amigos mais chegados e familiares. Em potência eu era apenas um rapaz da Beira Alta ligado ao campo, o percurso posterior deu sequência.

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publicado às 00:34

Definição de poesia

por José, em 28.10.24

A poesia é a minha reza
E é também a minha canção
Pois poeta que se preza
Sabe de cor a sua definição

Poesia não é apenas sentimento
Nem beleza declarada
É uma corrida contra o vento
Quando já não acreditamos em nada

Poesia é beleza pura
Por vezes com lágrimas a escorrer
É um retrato de gente madura
Do que a estética faz acontecer

A poesia é uma postura
Com natural reflexão
Num mundo de loucura
É uma crença na paixão

José Gomes Ferreira

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publicado às 23:22

Poemas ditos

por José, em 28.10.24

Esse é o espaço para o labirinto
Das coisas feitas
Das vidas completas na contradição
Do sonho sincero de infância

Esse é o instante para escutar
E dar voz às palavras
Abrir os canos entupidos de medos
Acabar com os gostos por ciúme

É tempo de muitas certezas
E de abanar as figueiras com o que resta
De esquecer as águas passadas
E levar a vida para da além da tentação

Se tem fronteiras devem ser esquecidas
Também o amor faz sofrer
Mais ainda se sofre à condição
Quando julgamos ser ligação completa

José Gomes Ferreira

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publicado às 23:07

Tempos modernos

por José, em 28.10.24

A vida não se divide em dois
Na polarização esquerda e direita
O que importa é o que vem depois
Sabendo que seguimos em via estreita

Os fiéis abestalhados
Pensam tudo saber
Parecem amestrados
No que nos vão dizer

Talvez gostem das trevas
E das escolhas sem fundamento
Chamam coisas velhas de novas
E ainda esperam um aumento

Os tempos muito mudaram
Perdeu-se o investimento em educação
Os cidadãos que não aproveitaram
Agora acham que é perseguição

Exaltam muito as utopias
Da paz perpétua e obediência
O mundo está cheio de fantasias
Enquanto isso duvidam da ciência

José Gomes Ferreira

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publicado às 11:30

Recomeço

por José, em 28.10.24

Não é apenas a noite escura
É o regresso da luz ao coração
Pensando como será a loucura
Desejando gestos de sedução

É a magia das estrelas
E todo silêncio que se observa
São as carícias paralelas
Na energia que se reserva

Andam por aí muitos sinais
E muito desejo amargurado
Porém a vida vale muito mais
Colocando a tristeza de lado

É a auto-estima que nos motiva
E o amor que nos mobiliza
Avançar depende da perspectiva
E da forma como sensibiliza

José Gomes Ferreira

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publicado às 11:00

Saudades da minha gente

por José, em 27.10.24

Talvez seja exagerado na nostalgia prospectiva
Pois sinto saudades do futuro
E de todos os projectos que possa imaginar
Tal como tenho saudades de quem partiu
O luto é a lentidão das despedidas
Não se trata de saudades do passado
O que lá vai por lá fica sem remexer
Não tenho qualquer pretensão em reviver nada
Cada coisa vale no tempo certo
As saudades são das pessoas e da inspiração
Não haverá uma nova construção
Ficaram boas marcas que uso nas recordações
Dou muito abraço em silêncio sem dizer nada a ninguém
Chego a soltar lágrimas de felicidade pelo vivido
Obviamente que tenho saudades da minha gente
De neste momento não permitir estar próximo
Mas a saudade é uma ligação que começa no berço

José Gomes Ferreira

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publicado às 22:06

Amor social

por José, em 27.10.24

Não sei se tem amor perdido
Somente por não ter consequência
Pois se um dia foi interrompido
Não havia por parte de ambos a mesma ciência

O amor é lindo quando tem reciprocidade
Não quando é sonho de alguém
Se é amor sentido de verdade
Não se apodera de ninguém

O amor confunde-se com a relação
Que nos junta no impulso social
Porém só acontece com respeito e paixão
Não é resultado do nosso instinto animal

A relação é o que vivemos para durar
Na felicidade que o amor construa
É o nosso lado vocacionado para o lar
Vive-se em casa e espelha-se na rua

José Gomes Ferreira

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publicado às 12:15

Princípio da tolerância

por José, em 27.10.24

Esta semana decidi deixar de escrever para um blog colectivo, curiosamente não por me sentir incomodado com quem coordena e a maioria dos autores, mas porque, em partilha nas redes sociais um senhor, que usa o registo partidário local, ter lançado postas de pescada classificatórias sobre os meus pequenos escritos. Não era a primeira vez e isso cansa. Eu por vezes leio as ideias dos colegas, posso até comentar, o que mesmo assim é raro, mas não me ponho com ataques pessoais. Pior de tudo, é que esse tipo de pessoas nem tem ideia fundamentada sobre muitos temas, mas adoram colocar em causa as reflexões alheias, como que a dizer que a sua visão é que está certa.


Sempre tive e sempre terei sentido crítico, faz parte da minha natureza e papel profissional. Não me interessa levar políticos aos ombros. Não tenho qualquer simpatia partidária, embora não me reveja em nenhum dos extremos. Não adianta colarem-me à esquerda ou à direita. Na verdade essa polarização oculta o que deveria ser o verdadeiro debate.

 

Dando o exemplo do Brasil, que este domingo tem a segunda volta das eleições municipais (ou o segundo turno, como é dito por aqui), a polarização não traz nada de bom a essa eleição. O que se tem visto é que os candidatos estão impreparados, pois a maioria não tem uma proposta para governar, a única coisa vale é acenarem com a bandeira partidária. Entretanto, persistem práticas corruptas de compra de voto da direita à esquerda. Nem falo das sondagens, por lei sondagens fraudulentas são crime, mas, por exemplo, na cidade de Natal as percentagens de intenção de voto variam a favor ou desfavor em face do jornal e empresa de sondagens. Estamos a falar de uma diferença de 10 a 20%. Ou seja, a comunicação social aparece como órgão partidário. Quem pensar que em Portugal é diferente não tem memória dos micro-ondas oferecidos por Valentim Loureiro e outros episódios recentes.


Voltando ao tema inicial, esta ideia de que o caos vai piorar e um partido nos vai salvar é uma grande utopia. Na verdade um dos problemas da democracia representativa está no esgotar do modelo a partir dos partidos, devendo abrir-se o processo eleitoral a outros representantes. Mas tem quem insista que tem todas as soluções e os outros não têm razão. Se tivesse sido uma discordância argumentativa eu teria continuado. O bota-abaixo não me faz desistir, mas não vou com isso esgotar energias.

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publicado às 01:30

Envelhecimento

por José, em 26.10.24

Lembro as paisagens de Outono
Também envelheço
E as folhas soltam as cores nos cabelos
Acabam por cair grisalhos
Deixam um tapete sobre o leito de húmus
Já o tronco enrosca na temperatura
Não deixa aproximar todos os olhares
Não se dá à observação
Não procura paternidade
Pode sentir a ameaça da traça
Não sai da soleira da porta
Apenas quando o vento sopra da rajada
Erguendo os sonhos e os acordos

José Gomes Ferreira

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publicado às 22:42

Usar o coração

por José, em 26.10.24

Empatia não combina com soberba
Fé não combina com política
Amor não combina com traição
Fraternidade não combina com inveja

Não é a sentença para o juízo final
Nem ferida para deixar o sangue a jorrar
Mas o lume aceso pode vir a alastrar
E a disputa fria impede-nos de amar

Dizem que o problema é o capitalismo selvagem
Para desculpar a Humanidade em colapso
A barriga grande somente diminui com regime
A língua comprida ganha tento com educação

Precisamos de um novo Homem
Disposto a tudo tentar na consequência
Achar a culpa em causas externas
Torna inútil a necessidade do coração

José Gomes Ferreira

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publicado às 22:14

Superlativos

por José, em 26.10.24

Nunca tive o desejo ofegante de me mesclar na multidão
Também nunca tive receio de ajuntamentos
Gosto de me situar nas imersões
Aprecio o gotejar do silêncio
Os momentos sem pressa a desafiar a contemplação
Sem rupturas nas tentações colectivas
E sem o lamento do tempo perdido
Apenas em vigília do pensamento e das sínteses
Como que a abraçar o mundo nas tendências
Sem questionar rumos ou devoções
Mas a sentir a diversidade de mudanças
Só que sem ocultar a sensibilidade do palco
E sem apartar as alforrecas e os grãos de arroz
Deixando cada um no seu universo metafórico
E cada corpo nos espasmos das ideias
O mesmo não significa que me deixe sugar pelos consensos da obediência
Os instantes de encantamento superlativo não correspondem à aceitação dos males

José Gomes Ferreira

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publicado às 13:04

Somos pó

por José, em 25.10.24

Toda a terra é pó
Todo corpo é temporal
A diferença é que o pó fica
Voa, ensopa e flutua
Será sempre permanente
Já o corpo é um ensaio
Tem uma luz associada
Quando a luz se apaga chega ao fim
Junta-se ao pó e nunca mais se distingue
Não adianta trocar figuras
E julgar que temos uma coroa e um trono
Tudo é passageiro e fugaz
Só a memória nos prolonga
Já sem matéria ou forma
Apenas na saudade perfumada das recordações
E nas obras humanas que resistem à decadência

José Gomes Ferreira

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publicado às 17:38

Desordem na capital do Império

por José, em 25.10.24

Movidos pela disputa e expectativas
Estamos a perder a sensatez e a face
Escutamos mais o sopro da banalidade
A repetição mediática substitui o padre e o professor da aldeia
A conversa já não é mediada por esperança
Somam-se os especialistas em convencimento
Em parte políticos desempregados, cuja acção nunca foi exemplar
O seu lugar de comentadores é para fantasiar a diversidade
Noutra parte são ícones da masturbação televisiva
Heróis do ridículo sem nada que define os seus atributos
Também temos os novos cavaleiros da ordem do santo pudor
Peões que garantem ser generais na definição da conduta social
Seres que sempre rejeitaram obediência e que a defendem na solução dos atributos
Não analisamos mais o nosso lugar e o respeito do outro
A defesa da dignidade da discordância é um empecilho às promessas
São estas figuras que nos conduzem e tem quem aplauda
As próprias instituições públicas estão contaminadas de reis da selva
Ferozes defensores da pátria e dos bons costumes
Tudo se divide em milagres, inflamações na bexiga e orações
Prometem a subida aos céus a quem esconder o dinheiro das esmolas
Arrematam em leilão as vértebras e as vísceras dos pecadores
Andam a contar audiências e nós nem cuidamos da sardinha a arder na brasa

José Gomes Ferreira

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publicado às 06:11

Modernidade

por José, em 25.10.24

Uvas sem grainha
Calças sem bainha
Luxos à pinha
Muita gente em lata de sardinha

Aumento da pobreza
Carne com fraqueza
Corpo que imita beleza
Pobre que se acha realeza

Soldados com boina
Muita gente estroina
Outros ainda na moina
Amor na estrada de Coina

O dia-a-dia frenético
O luxo do carro eléctrico
A verdade no sistema métrico
A fantasia do sistema soviético

José Gomes Ferreira

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publicado às 01:59

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