Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



Posologia

por José, em 31.07.24

Basta só uma única dose
De um certo medicamento
Acompanhado de certa pose
De rosto ao sol e beijos ao vento

Faz bem e não se queixa
Rejuvenesce e não se agarra
Recupera qualquer madeixa
Acompanha com canto de cigarra

Cuidado com os excessos
Com o risco de intoxicação
Podemos ficar avessos
E achar que não garante satisfação

É necessário escolher a hora
E o momento com precisão
As indicações são para os de fora
Não confundam felicidade com televisão

José Gomes Ferreira

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 22:34

Imagens a propósito do entardecer

por José, em 31.07.24

Escrevia sobre o entardecer, tirei igualmente umas fotografias do centro da cidade, hoje vim ao açude Velho, que divide o centro com outros bairros. É pertinho, coisa de 800m.

20240731_171219.jpg

 

20240731_170306.jpg

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 21:16

Café

por José, em 31.07.24

O meu vício de ti é como pavio
Intensidade de viver a cada hora
Eliminação de todo o fastio
Querer sentir o mundo sem demora

Não sou escusado
E sou fraco herdeiro
Sou por ti viciado
Gosto do sabor verdadeiro

Tenho-te em casa normal
Mas gosto de ti intenso
Não és apenas banal
Incentivas o que eu penso

José Gomes Ferreira

* Gosto muito de café, o que no Brasil e em muitos outros países da América Latina pode ser um problema, refiro-me ao nosso café, dito de expresso (ou espresso) e em Espanha café solo. Sobretudo no Nordeste não existe essa tradição, surgem agora algumas confeitarias, mas o café não é tirado comon manda a tradição, enchem muito. 

20240731_100933.jpg

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 14:22

Dar ouvidos

por José, em 31.07.24

Nem sempre o abraço chega
Nem sempre o beijo fica
A superação é a arte de continuar
De dar sentido ao ciclo e rotinas da vida
O impulso não resulta sempre da necessidade
Sopram-nos muito ao ouvido
Tem quem escolha para si outro caminho
E insista que esse deve ser o nosso
Precisamos parar de dar ouvidos
Nem todos os conselhos se adequam
Temos medo da solidão
Mas depois vamos para onde nos mandam
Cuidado com as receitas de quem desistiu
Não vamos parar de seguir
Se no choro estiver a nossa decisão

José Gomes Ferreira

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 11:34

Entardecer

por José, em 30.07.24

A cidade entardece sem cair em pranto
E sem se espantar com as cores do movimento
Não se deixa surpreender
Aproveita o ronco dos motores
E a movimentação dos membros
Aproveita a rotina para receber os últimos raios de Sol
Pinta o céu de azul urbano
Ocupa as ruas serpenteadas de velhas edificações
Pede-se desculpa em qualquer atropelo
A cidade aceita-se na volúpia da despedida
De noite vai ter chamados e simulações
Passeios presenciais de indigentes
Mas é na tarde que a cidade lidera
E coloca à venda as suas últimas propostas
As crianças ocupam as calçadas com o carrego das mochilas
Os trabalhadores engalfinham-se na saída das lojas
Escuta-se o ruído do fecho dos portões
Lembra o homem e o ser na existência
A hora é de ir embora para amanhã tudo voltar

José Gomes Ferreira

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 22:04

Oração poética

por José, em 30.07.24

A poesia é uma oração
Livre para quem quer acreditar
Troca a fé pelo coração
Encanta-se na ilusão de amar

A poesia é esperança
A consciência que não se nega
É futuro com confiança
Na vida de jogo de cabra cega

A poesia leva-nos a viajar
A conhecer um pouco do mundo
A lembrança de como é bom beijar
E levar cada pensamento a fundo

José Gomes Ferreira

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 21:07

A culpa é dos outros

por José, em 30.07.24

Estamos em certo ponto firmes
E vamos poder avançar
Estamos aptos a viajar
Invejamos os beijos das tartarugas
Não deixamos o amor entrar
Invejamos as suas casas e felicidade
Nunca estamos bem onde estamos
Andamos exaustos, provocados pela ansiedade
Continuamos às voltas, não só às voltas da cama
Mas também às voltas com a cabeça
Repetimos promessas e gestos
Queremos ser originais, mesmo sendo repetitivos
Esperamos sempre algo acontecer
Ignoramos as guerras e as disputas
O mal dos outros é como vento que passa
A indiferença é a nossa marca
Gritamos contra valores impróprios
É sempre uma selva de bem
O sorriso que nos falta é sempre culpa é dos outros

José Gomes Ferreira

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 20:47

Tristes Jogos Olímpicos

por José, em 30.07.24

Até ao momento a participação portuguesa nos Jogos Olímpicos não produziu resultados em termos de medalhas, as quais são sempre uma incógnita. Para muitos vencedores de bancada é fácil chegar e vencer, porém, as coisas não se passam dessa forma. Factores com a inexperiência dos atletas, o encanto com a atmosfera do evento, a falta de preparação psicológica, a falta de apoios na preparação prévia, podem interferir com os resultados. Sem esquecer que todos nós temos dias bons e maus. E sem esquecer, igualmente, que obter os mínimos para participar já é uma vitória. Portugal é um micro país, temos campeões em algumas áreas, mas a nossa escala não é de grandes vencedores de medalhas. Mas vamos aguardar, precisamos exigir menos dos nossos atletas e estar na claque de apoio. Somos exigentes, porém, sem manifestar apoio e se possível estar presentes.

Um dos acontecimentos, graves pela forma como são colocados, diz respeito à presença desses vencedores de bancada nas redes sociais. Dizem os tais de patriotas que os portugueses não são racistas nem xenófobos. Dizem, mas é conversa fiada. Basta dar uma leitura por alguns comentários nessas mesmas redes sociais para se ficar atento a uma realidade extremamente desagradável. Destaco o caso da tenista de mesa Jieni Shao, que teve a proeza de chegar aos 16 avos de final da competição, mas tem sido enxovalhada por ter, obviamente, nome e origem chinesa. É lamentável tudo isto e vai agravar-se no caso de Pedro Pichardo. O caso de Jieni Shao é mais grave ainda, pois a família veio para Portugal vai para uns 20 anos e a atleta está casada com um português. Ainda me pergunto o que lhe falta para ser portuguesa. Esses senhores fulanos ainda a acusam de oportunismo, que bem poderia representar o país de nascimento. É muito descaramento nosso. Não só o país ganha directamente com as duas vitórias como o seu trabalho pode inspirar outras gerações. Mesmo com Pichardo não vejo motivo para o alarido, essa mudança de país é uma prática comum. 

Estas situações não deveriam ocorrer. A falta de controle dos comentários das redes sociais autoriza as pessoas a dizerem todo tipo de disparates. Até parece que quando os portugueses vão trabalhar para outro país não torcem por esse novo país, pelo menos desde que a competição não tenha Portugal como adversário. Como um mal nunca vem só, ontem parte dos comentários sobre a contratação de professores estrangeiros para o ensino secundário seguia a mesma toada. Alguém, absurda e hipocritamente, defendia que esses portugueses deveriam fazer prova de que falam português de Portugal. Não sei para onde vamos, mas este caminho não vai dar bons resultados. Sou professor no Brasil desde Janeiro de 2016, se for para falar português do Brasil também estou excluído. Sabemos que uma coisa são as conversas de café e de redes sociais e outra são as políticas públicas, mas este crescendo xenófobo é preocupante.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 11:57

Parar para pensar

por José, em 29.07.24

Ainda que não seja manhã
E o dia se deixe embalar
Fazem falta os beijos coloridos
E tudo o que alegra o coração
Se parar para pensar
O que pode acontecer
Tem alguém que não vai dar conta
Nem quer saber das pressas
E do controlo emocional
Não existem garantias
Nem uma réstia de loucura

Ainda que não seja tarde
Não se enxerga no desespero
Não direcionamos as exigências
É tudo reacção para o mínimo
Se parar para pensar
É tanto o sofrimento
Nada vem de graça
Nem mesmo a esmola de pobre
Serve para calar quem tem fome
Nem tudo é maravilha
Mas existe espaço para a fraternidade
A empatia resulta em benefícios mútuos

José Gomes Ferreira

20240728_131748.jpg

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 23:32

Pobre

por José, em 29.07.24

Põem muita batata no ovo
E muito caviar no champanhe
Para o pobre nada de novo
Ele simplesmente que se amanhe

Colocam também ideias na cabeça
De usura e ascensão na hierarquia
Pobre mora no morro e na travessa
Sem o privilégio de presidir à autarquia

O pior é que ele muito consume
Com a utopia da melhor inclusão
Mas a maioria tem é fome
Não se acha no lugar de cidadão

José Gomes Ferreira

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 18:20

Retoma

por José, em 29.07.24

No mercado da fruta a banana vende-se à palma, a acerola vende-se num pratinho. Maçã e laranja vendem-se ou avulso ou juntas num saquinho de rede, por sinal dispensável. Somente a fruta de maiores dimensões é vendida à unidade, toda a restante custa geralmente 5 reais, o que na prática é pelo menos metade do preço do supermercado. Pela manhã, mal tinham aberto o portão, já estava a escolher a fruta da semana. Vim bem aviado, paguei 35 reais. Trouxe também maracujá e mamão, que em Portugal também se vê designado papaia.

Nunca cheguei a parar dada a minha participação em outras actividades. Mas regressei ao interior da Paraíba para iniciar o semestre da licenciatura, o início das aulas de mestrado vai esperar algumas semanas. A viagem teve um desvio, o que me deixou cansado dado o estado das estradas, mas permitiu conhecer um pouco mais daquela área. A área de montanha tem um clima ameno, na verdade arrefece, mas para quem aguenta os invernos lá da terra esse frio é relativo. Uma senhora dizia na rua que tremia de frio, ri para dentro, pois ia de chinelos e calções. Não deixa de se sentir frio, morei (e noro parcialmente) mais de 8 anos na cidade de Natal, o mais litoral possível, a diferença no clima é muita. Natal nesta época do ano é suportável, de Outubro a Fevereiro é muito calor ou muita humidade do ar com calor.

São cidades diferentes e nem é pela dimensão. A dinâmica é diferente, Natal é uma cidade abandonada e insegura. Por aqui, o comércio é pujante. Depois de três semanas fora o corpo resiste um pouco, mas a vida é assim. De qualquer modo tinha saudades destas ruas, das vivências das pessoas e da sala de aula com os diversos graus de ensino. Este semestre espero que seja mais calmo, se bem que eu estou sempre com participação em várias outras coisas. Enquanto tiver saúde e pelo menos um vínculo espero que assim seja.

20240729_081603.jpg

20240729_081453.jpg

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 16:43

Que droga!

por José, em 29.07.24

No beco escondem-se ilusões
Na superfície de qualquer chão
Não tem irmãos iguais
Esconde-se o próprio ser
Tem homens a recorrer a dependências
E mulheres à espera de pão
Não sei o motivo de se esconderem
São sempre apontados pelos mirones
Os residentes sabem bem o que se passa
A droga é a arma dos acossados pela ilusão
Outros recorrem ao álcool
Chegam a parar o trânsito no seu rebolar
Sem nome ou posição riem da sua figura
Não existem condições de dignidade
Nem para apelar a Deuses fantasmas
Comprova-se a alucinação
E o percurso interrompido
Destacam-se pelo cabelo encardido
E roupas excluídas da multidão
Somos tão anónimos perante as desgraças
Preferimos lançar culpas e olhar para o lado
Gostamos de dizer que foi por opção

José Gomes Ferreira

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 14:26

Dúvidas

por José, em 28.07.24

O amor foi sem querer
Apenas te queria ver
Sem assentar em nenhum lugar
Sem juras futuras
Nem escolha para ficar

O amor apenas aconteceu
Como luz que nos apanha
E não sabemos como reagir
Mesmo que o desejo nos leve
E plante em nós novas gerações

Não sei se o caminho era por aí
Diz-me porque aconteceu
Agora não se pode dizer não
Não se pode fingir arrependimento
Também não é motivo para desistir

José Gomes Ferreira

* Apenas divagações 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 19:12

Sustentabilidade

por José, em 28.07.24

Para político sustentabilidade é como banha da cobra
É solução para todos os problemas
Mas se não puser mãos à obra
Acabam por nem discutir outros temas

São muito importantes as utopias
E é importante a definição de metas
Só que mais importante que as filosofias
É que as promessas se cumpram completas

Não digo que não é esse o caminho
São é precisas outras escolhas
Assim como precisamos mexer os pauzinhos
Pois as oportunidades não são trevo de quatro folhas

O tema é deveras delicado e urgente
Não podemos andar de costas voltadas
O planeta é um problema de toda a gente
Não é apenas das pessoas mais afectadas

José Gomes Ferreira

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 11:41

Firmeza

por José, em 27.07.24

Deixa recado se é tarde
Coloca tudo em cima da mesa
Na lareira o fogo já arde
No coração larga a incerteza

Podemos sempre esperar
Cada um tem a sua verdade
Nunca é tarde para amar
O principal é a lealdade

Não importa a distância
E a cor do sentimento
O amor é também fragrância
Arrepio que eleva o pensamento

O essencial é a firmeza
O respeito e a determinação
Pois se o critério é beleza
Podemos escorregar nesse chão

José Gomes Ferreira

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 13:39

Aromas

por José, em 27.07.24

Sinto o cheiro da fruta na árvore
Do pêssego maduro retirado para comer
Alguns de roer e outros de abrir a boca
Dos abrunhos a aromatizar as árvores carregadas
Dos primeiros cachos a colorir de pintor as vinhas
Das pereiras carregadas de fruta e aroma
Dos figos a atrair as abelhas com o seu doce
Das cerejas tardias à espera de serem colhidas
Sinto falta do campo e dos seus ciclos
De um fio de água fresca a correr na fonte da aldeia
Das pessoas sentadas na soleira da porta
Da hora da sesta e das cigarras em esplendor

José Gomes Ferreira

* Nas cidades conhecemos a fruta no supermercado ou no mercado local, sempre cresci rodeado de árvores de fruta. Seguíamos a sazonalidade das estações, não havia condições para se armazenar, excepto algumas maçãs e fruta usada em compota e calda, assim como os figos secos ou mesmo alguns pêssegos. A fruta era apanhada/colhida consumida e maioritariamente consumida nos dias seguintes. Dava para partilhar com familiares e amigos quando a produção era bom. Numa pequena fazendo, agora propriedade do meu irmão, todas as semanas íamos com o carrinho de mão, por vezes até com a carroça, buscar figos e peras. Apesar de não serem muitas árvores produziam muito. Mesmo dando a esses familiares e amigos sobrava muita fruta, mas nada de estragava. Uma parte era colocada numa gamela a secar, a maioria era para alimentar o porco. Todas as famílias possuíam um porco. No verão era alimentado muitas vezes com água, restos da moagem da farinha de milho e figos. A engorda era feita com figos.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 11:45

Valor das imagens

por José, em 26.07.24

Uma imagem vale mais que mil palavras
Mas muitas imagens podem não valer nada
Mostram que o quotidiano se transformou em imagética e dependência
Libertam o pudor da aparência, escondem a riqueza da alma
Exibem a performance do corpo e da máquina
Estranha essa teatralização da vida
E o espectáculo que damos ao nos retrocer para a fotografia

José Gomes Ferreira

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 16:42

Vendedores de feira

por José, em 26.07.24

Antes da proliferação, até exagerada, de supermercados, as famílias em áreas rurais faziam parte das compras mensais na feira. Nas vilas realizam-se normalmente uma vez por mês. Na cidade de Viseu, que conheço mais pelos efeitos da feira no trânsito e dinâmica da cidade, realiza-se a cada terça-feira. Com os meus avós frequentava uma ou outra feira mensal. Ainda se realizam várias no município. Também se comprava roupa, calçado, utensílios para a cozinha e tecidos para a casa, porém, as famílias ligadas à agricultura sempre usaram a sazonalidade da preparação das sementeiras e plantações para irem à feira. Quando a procura era muita chegavam a madrugar. O que acontecia em dois momentos específicos: no início da Primavera à procura de cebolo para replantar e nas primeiras duas feiras do mês de Agosto com o objectivo de adquirirem umas dúzias de pés da couve portuguesa para replantarem, geralmente no terreno onde arrancaram as batatas. A primeira feira de Agosto sempre teve muita procura, igualmente, por ser a do reencontro com os nossos emigrantes.

Se tem um aspecto que me causava curiosidade extra na feira eram os vendedores de todo tipo de tecidos para o lar (refiro-me a cobertores, lençóis, tolhas e afins), mas que não o faziam nas tradicionais tendas, usavam (e ainda usam) aquelas camionetas, ou como o povo diz, carrinhas de tamanho maior, com caixa fechada, em que abriam uma parte lateral para mostrarem os seus produtos. Como o povo dizia anunciavam a venda da banha da cobra usando o chão dessas viaturas como uma espécie de palco. Era, e ainda se pode ver, uma espécie de performance para conseguirem a atenção da clientela. Nas tendas os vendedores tinham, em muitas casos, as suas lojas estabelecidas nas localidades da região e "faziam a feira" como complemento de vendas. Qualquer redução do preço era feita cliente a cliente. Nas camionetas o anúncio dos produtos vinha já com desconto para todos e ainda levavam mais um paninho ou qualquer bugiganga. Além das qualidades performativas de cada vendedor um outro pormenor acabava por se destacar. Usavam um microfone pendurado nos ombros e pescoço que, para captar melhor o som, surgia como que enrolado numa toalha. Na época os carteiristas já eram grandes artistas, mas nada como agora. Esses vendedores é que desempenhavam essa função de agregar, como qualquer espectáculo no largo da aldeia.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 15:01

Correr para ti

por José, em 26.07.24

Se corri para ti foi tentação
O obscurantismo do amor
A crença sem nível
O disparate de que tem coração

Se corri acreditei
E voltaria a acreditar
Quem não ama é que argumenta
Tem muitos machos na esplanada

Se corri foi por viver
Foi para não deixar para trás o sonho
Nem me vaiar em arrependimento
Corri para sentir jorrar o sangue

José Gomes Ferreira

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 14:10

Feliz Dia dos Avós

por José, em 26.07.24

Tem dias para tudo. Alguns passam de forma indiferente, outros destacam-se por nos tocarem de perto. Entre estes últimos, recentemente tem ganho destaque a evocação aos Avós, pelo que o dia de hoje acaba por lhe ser dedicado. Talvez seja um dos poucos dias evocativos que vai para além do paralelo comercial, tem muito afecto envolvido 


Os Avós não são apenas elos geracionais, alguém que quando criança sempre conhecemos como velho. São muitas vezes quem cuida dos netos no quotidiano dos pais. Pelo que são também educadores e figuras de referência nos mais diversos contextos. Não são apenas quem conta histórias e oferece presentes, são quem se esmera na arte do cuidar e amar e nos acompanha pela vida fora. O seu simbolismo é tão forte quanto a memória que temos deles.


Tenho poucas memórias dos meus avós paternos, apenas uma vaga ideia da minha avó. Ambos faleceram era eu criança. Em contrapartida, fui criado pelos meus avós maternos. O meu avó não era de sangue, a minha avó voltou a casar quando eu nasci, mas sempre cuidou de mim como neto. Como o meu pai "deu o salto" para França e a minha mãe juntou-se a ele nos meus 5 anos, fui criado pelos meus avós. Sou também filho de avós. Tudo o que sou nos princípios, no espírito de luta e abnegação, no sentimento, na sensibilidade e escolhas devo a eles. Seguiram o percurso físico da existência, são mais do que seres de luz, são a minha força e inspiração. É raro o dia em que não os tenha presentes no pensamento, se não é em lembranças é em actos.

20240725_161100.jpg

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 11:43

Pág. 1/6



Mais sobre mim

foto do autor


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.



Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D